terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Criança é arrastada até a morte por ladrões

Um roubo de carro na zona norte do Rio de Janeiro terminou com a morte bárbara de um
menino de 6 anos, arrastado e dilacerado por 14 ruas, do bairro de Oswaldo Cruz.
Poças de sangue e pedaços de massa encefálica foram recolhidos em diversos pontos do trajeto de sete quilômetros percorrido pelos ladrões, que levaram João Hélio Fernandes Vieites, preso pelo cinto segurança, do lado de fora do carro.
Às 21h, a comerciante Rosa Cristina Fernandes Vieites, 41, voltava em seu Corsa Sedan de um culto em um centro espírita, com os filhos João Hélio e Aline, 13.
Ao passar pela rua João Vicente, em Oswaldo Cruz, foi abordada por dois homens –
que mais tarde, presos, diriam a polícia estarem armados com revólver de plástico.Rosa e Aline saíram rapidamente do carro, mas a mãe não conseguiu retirar o filho de 6 anos, que sofria de hiperatividade e tinha dificuldades motoras e de fala.
No banco traseiro e com cinto de segurança, João Henrique tentava sair do carro quando os ladrões arrancaram.
Ficou pendurado no veículo. Foi arrastado por cerca de 15 minutos, com o carro em alto velocidade e pessoas na rua gritando: ‘‘Pára, pára’’.
Os pneus do carro passaram várias vezes sobre o corpo que ficou dilacerado, com vários ossos expostos e sem a cabeça.

‘‘Foi a pior coisa que vi na minha vida’’, afirmou o delegado Hércules Pires do Nascimento, responsável pelas investigações e há 30 anos na polícia.
Thumb do Vídeo


No começo da tarde, no morro São José da Pedra, em Madureira, a polícia prendeu três pessoas – sendo dois acusados de participação direta no crime, um deles adolescente de 16 anos. Ambos confessaram o envolvimento no caso, de acordo com a Secretaria de Segurança. A participação do terceiro, identificado apenas como Tiago, está sendo investigada.O crime mobilizou o bairro. Policiais militares que deveriam deixar o plantão permaneceram até a captura dos acusados, que foram expostos com virulência aos jornalistas.
Um dos acusados e suspeitos foi:


Nome: Carlos Eduardo Lima
Idade: 23 anos
Participação no crime: Segurava a família no banco de tras
Endereço: Não Disponivel
Nascimento:1985
Negro, Sexo Masculino
Cidade natal: Não Disponivel

Policiais levantaram seus rostos à força para que fossem filmados e fotografados.A polícia permitiu que um deles – Diego Nascimento Silva, 18 –, fosse entrevistado pelo programa policial “Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes, no qual foi chamado de ‘‘vagabundo assassino’’ pelo apresentador.


João Hélio


‘‘A gente só queria roubar os pertences deles. A gente não viu o garoto pendurado.’’ Os dois ouviram gritos de ‘‘assassinos e covardes’’ de moradores e até de integrantes de equipes de reportagem quando prestavam depoimento.
Foto: Fantástico

O pai de Diego afirmou que o filho não trabalhava e tinha comportamento rude. Ele já tinha passagem na polícia por roubo e, se for condenado, pode ficar de 20 a 30 anos na prisão.

"Boneco de Judas"
Segundo o delegado Hércules Pires do Nascimento, uma testemunha, não identificada, declarou que emparelhou o carro junto ao roubado pelo bando e avisou a Diego que havia algo pendurado. O delegado disse que o criminoso teria respondido que era apenas um "boneco de Judas", demonstrando saber que o carro arrastava a criança.

O adolescente pode ficar no máximo três anos apreendido.
Para o delegado, ambos estariam sob o efeito de drogas.


‘‘Ninguém em sã consciência faria algo como o que eles fizeram’’.
DesesperoApós o assalto, vendo o desespero da família Fernandes, um motociclista que estava a 200 metros do local do roubo, chegou a perseguir os ladrões, mas desistiu depois de ter sido ameaçado.
‘‘Pegamos a moto para ver se a gente conseguia ver, de repente, se o garoto tinha caído ali na frente’’, disse.



O motociclista ajudou a montar o retrato falado dos suspeitos e contou que eles chegaram a andar em ziguezague para se livrar do corpo. Na fuga, antes de ir para o morro,
a dupla atirou documentos de Rosa e das crianças em um galpão abandonado. Diego ainda passou em casa, tomou banho, trocou de roupa, bebeu água e foi embora. E, segundo os policiais, os dois ainda participaram de uma festa.
Dois suspeitos confessaram crime no sábado (10)Thiago de Abreu Matos, 19 anos, e Carlos Roberto da Silva, 21, confessaram a participação no crime em depoimento a policiais do 30º DP (em Marechal Hermes).
Foto: Reprodução
Thiago de Abreu

“Fui obrigado”, disse Carlos Roberto, ao contar que estava com Thiago e o táxi em Madureira quando Diego Nascimento, 18 anos, chegou com uma arma, acompanhado de um garoto menor de idade, e os obrigou a participar do assalto.

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